“Liderança com dinamismo e perseverança!” é o título dado ao artigo do Diário de Notícias deste sábado, dia 1 de Julho de 2017.
Na entrevista à Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Adelaide Teixeira, é realçada a candidatura de Alegrete a Maravilha de Portugal na categoria de Aldeia Rural, e também é dado destaque aos investimentos feitos na cidade e concelho, arquitectura, turismo, incentivos autárquicos e cultura.
Leia aqui na íntegra:
Liderança com dinamismo e perseverança!
Portalegre, capital de distrito do (Alto) Alentejo tem sido alvo de investimento por parte de empresas nacionais e internacionais. O executivo camarário, liderado por Maria Adelaide Teixeira, responde com redução de impostos e medidas de apoio aos empresários, fomentando o emprego e elevando a qualidade de vida dos portalegrenses.
Alegrete é uma das jóias do concelho de Portalegre já que foi eleita pré-finalista das “7 Maravilhas de Portugal”, na categoria de Aldeia Rural.
Venha conhecer Portalegre.
Entrevista a Maria Adelaide Teixeira, Presidente da Câmara de Portalegre.
Cidade localizada no Parque Natural da Serra de São Mamede tem muito para mostrar. Apresente-nos o concelho de Portalegre.
Portalegre é a capital de distrito do norte alentejano e temos o privilégio de quarenta por cento do nosso território se encontrar em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, o que confere caraterísticas únicas a este concelho. A cidade de Portalegre tem uma moldura lindíssima que é a Serra de São Mamede, uma serra que do ponto de vista geomorfológico, faunístico e florístico é deveras diversificado, onde abundam os recantos e encantos de beleza inigualável e extremamente aprazíveis. A maioria das sete freguesias do concelho de Portalegre situam-se em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede. Algumas dispõem de piscinas públicas, outras com zonas de lazer à beira rio, mas cada uma é única como se comprova ao mirar a paisagem envolvente e o património local. Portalegre é uma cidade urbanisticamente equilibrada que não cedeu à pressão da construção apressada e sem regra de que muitas foram alvo. É conhecida como a segunda cidade com maior número de casas brasonadas, e também pela cidade dos sete conventos, entre eles, alguns dos mais bonitos de Portugal que nos deixou como herança uma grande variedade de doçaria conventual. De realçar também a qualidade da gastronomia. O Instituto Politécnico de Portalegre representa um polo de atração para a população jovem e que nós acarinhamos e apoiamos a todos os níveis, na medida do possível, além de se constituir como uma entidade de Ensino Superior de qualidade e com oferta diversificada e que tem um impacto muito importante na economia local e regional, para lá da excelente investigação que promove.
Caraterizada por ter vários nomes sonantes da arquitetura nacional, a requalificação e reconstrução de edifícios míticos são comuns pela cidade. Um deles é o edifício onde nos encontramos. A quem se deve esta obra?
A reconstrução e requalificação de edifícios míticos da cidade têm sido feitas com base na sustentabilidade e qualidade de forma a podermos aproveitar os recursos que a cidade nos disponibiliza. A requalificação do complexo da Fundação Robinson, a Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre cujo projeto é do arquiteto Souto de Moura, e ainda a obra de Carrilho da Graça com a Igreja de Santo António, no Bairro dos Assentos. O edifício da Câmara Municipal, onde nos encontramos, foi projetado por Sequeira Mendes que consistiu na recuperação do conjunto arquitetónico constituído pelo Colégio e Igreja de S. Sebastião, fundado em 1605, e pela Real Fábrica de Lanifícios, edificada durante a época de Marquês de Pombal. O Clube de Ténis do arquiteto Homem, ainda Chuva Gomes com as requalificações da Igreja de São Francisco e do Castelo, Teresa Nunes da Ponte com o Museu Municipal de Portalegre, entre outros nomes sonantes da arquitectura. Poderíamos até elaborar um roteiro turístico de forma a dar a conhecer a obra destes nomes sonantes da arquitetura nacional, uma ideia que queremos explorar no futuro.
Portalegre é sinónimo de história e tradição. Por onde devem passar os circuitos de quem visita o concelho?
As tapeçarias de Portalegre levam o nome desta cidade além-fronteiras, são únicas no mundo e são o ex-líbris da cidade e de todos os portugueses. A representar esta arte existe o Museu da Tapeçaria e Manufatura. Outros museus e monumentos deverão ser alvo de visita como o Museu Municipal, a Casa-Museu José Régio (escritor que viveu parte da sua vida em Portalegre), as casas brasonadas e as igrejas. Para além dos sete conventos aconselho a visita à Catedral e aos noventa e seis retábulos maneiristas que esta exibe e que a tornam um monumento único a nível nacional. O espaço da Fundação Robinson (antiga fábrica da cortiça que laborou até 2009), ocupa uma área de cerca de sete hectares, no centro histórico da cidade, é considerado o maior complexo de arqueologia industrial da Europa e em melhor estado de conservação. Por fim, uma visita à Serra de São Mamede, aos seus miradouros e a todas as freguesias do Concelho.
Recentemente tem havido um investimento no setor vinícola. Os vinhos de Portalegre estão a ser (re)descobertos?
Os vinhos de Portalegre são completamente diferentes dos vinhos do Alto Alentejo, como é facilmente comprovado pelas caraterísticas dos terrenos e pela influência dos ares da serra de São Mamede. São vinhos de altitude e com uma maturação diferente dos vinhos tipicamente alentejanos que são cultivados em terras planas. Esta é uma realidade refletida pela curiosidade dos investidores neste setor, nomeadamente pela família Symington, que recentemente adquiriu a Quinta da Queijeirinha onde irá apostar fortemente no enoturismo e na vinicultura e a antiga Adega Cooperativa de Portalegre que foi comprada por outra empresa ligada ao Licor Beirão. Estes são os mais recentes investimentos neste setor em franco crescimento, embora existam muitos outros nos últimos anos que se afirmam no mercado pela sua qualidade.
Alegrete foi eleita pré-finalista das “7 Maravilhas de Portugal”, na categoria de Aldeia Rural. Esta eleição já trouxe repercussões para o concelho?
Alegrete é uma freguesia muito peculiar. A natureza privilegiou esta localidade, que nasceu em pleno coração do Parque Natural da Serra de São Mamede, e usufrui do enquadramento da flora e da fauna serrana. O Castelo de Alegrete é Monumento Nacional desde 1946, foi requalificado pela autarquia e ganhou um prémio por essa obra. Alegrete atrai por ser peculiar dentro de uma região alentejana que se imagina sempre plana, com uma Igreja matriz extremamente bonita. As pessoas que lá habitam e que tão bem recebem quem as visita, são genuínas e calorosas como todas as gentes da região. Convido todas as pessoas a visitarem e a votarem em Alegrete porque é, de facto uma freguesia sui generis e de beleza inigualável.
A baixa demografia é um tema que abrange todos os concelho do interior do país. O executivo combate esta realidade através de que tipo de incentivos?
A questão da diminuição demográfica é combatida através dos incentivos fiscais às empresas de forma a atrair e fixar empresas e, consequentemente, população. O concelho dispõe de um parque industrial devidamente infraestruturado, o terreno é vendido a um cêntimo o metro quadrado, isenção total de derrama, redução de trinta por cento do valor do IMI, setenta por cento de redução no valor das taxas de licenciamento. Todos os processos que entram na Câmara são tratados com a máxima celeridade e agilizamos o contacto com outras entidades de forma a facilitar o processo. A nossa política é acarinhar todos os investidores, sem exceção, quer os que já existem, quer aqueles que pretendem instalar-se.
Esta agilização já teve efeitos positivos?
A região vive muito dos serviços públicos. A ULSNA – Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano é o maior empregador da região, seguido da empresa Hutchinson que emprega seiscentas e oitenta pessoas, mas que vai chegar aos mil funcionários até final deste ano. Nos últimos dois anos conseguimos um investimento de cerca de sessenta milhões de euros em Portalegre. Uma dessas fábricas, que pertence à Jerónimo Martins, representa quarenta e sete milhões de euros, este é o maior investimento das últimas décadas nesta região. Obviamente estas fábricas são muito importantes para o concelho, mas não esquecemos as empresas mais pequenas e os empresários que já têm as suas empresas instaladas. Nos últimos dois anos conseguimos mais oitocentos postos de trabalho, fruto do trabalho e do investimento de todos os empresários que se instalaram no concelho e abriram novas oportunidades de emprego. Portalegre está no quinto lugar, a nível nacional, como a melhor cidade para se investir. Segundo o estudo anual da “City Brand Ranking”, que mede o desempenho que cada marca municipal tem nas dimensões de Negócios, Visitar e Viver, Portalegre ocupa a 5.ª posição entre 58 municípios de todo o Alentejo.
A cidade de Portalegre é considerada a 4.ª melhor do Alentejo para viver, a 5.ª na categoria Negócios e a 12.ª para visitar.
No contexto, dos 15 municípios do Alto Alentejo, Portalegre é a melhor cidade para viver e fazer negócios.
Portalegre ocupa os lugares cimeiros no que concerne à agenda cultural. A que se deve esta distinção?
Portalegre fica sempre entre o o sexto e sétimo lugar, a nível nacional, no que concerne à agenda cultural. Conseguimos ter uma agenda cultural diversificada e de qualidade, que vai de encontro aos gostos do público mais heterogéneo e ultrapassa muitas cidades de maiores dimensões. Balé, Jazz, ópera, exposições e festivais, passando pelos eventos desportivos com a conhecida “Baja de Portalegre”, trails, provas de BTT, são apenas alguns dos eventos que oferecemos aos portalegrenses e turistas que nos visitam. A segunda e terceira bandas de música mais antigas de Portugal são do Concelho de Portalegre, ambas centenárias.
Já é público que vai recandidatar-se. Estes quatro anos foram…
Foram quatro anos que eu sabia, logo à partida, que não iriam ser fáceis porque herdamos uma dívida muito elevada. Trabalhámos no sentido de a poder pagar e, ao mesmo tempo, realizar as obras necessárias para satisfazer as necessidades da população. Investimos na criação de emprego, através dos incentivos fiscais para as empresas que se queiram instalar no concelho como a Jerónimo Martins, a fábrica de queijos Santiago, a Hutchinson que vai aumentar o número de funcionários até ao final do ano e acarinhando os empresários que já estão no concelho há mais tempo. Continuaremos a apostar na cultura e no desporto porque temos consciência que também representam fatores de atração turística, na qualidade de vida das pessoas, na requalificação de escolas, de casas de habitação social e da rede de saneamento. Apesar de não termos autoestrada estamos apenas a duas horas de Lisboa, a sessenta quilómetros de Badajoz e a cem de Cáceres. Precisávamos apenas de treze quilómetros de ligação à A23, se tivéssemos este troço a vida dos portalegrenses ficava muito mais facilitada. Continuamos a ser a única capital de distrito que não tem um troço de ligação a uma autoestrada, mas essa continuará a ser uma luta que vou travar enquanto estiver à frente da Câmara Municipal de Portalegre, para além de outras reivindicações em que vamos continuar a insistir.