A cidade de Portalegre acolheu este sábado, dia 27 de Maio, um evento promovido pela Associação dos Movimentos Autárquicos Independentes (AMAI).
A Presidente da Câmara Municipal de Portalegre revelou satisfação por “terem escolhido Portalegre para fazer este evento”, referindo ainda que “são bem-vindos os grupos independentes assim como os partidos”.
Em relação a este encontro em específico, Adelaide Teixeira considera que é positiva a sua realização, “para que as pessoas possam reflectir sobre o processo em curso em ano de autárquicas. Os independentes concorrem de forma diferente relativamente aos partidos porque lhes é exigido muito mais em termos de candidaturas, e portanto acho que é profícuo as pessoas debaterem as suas ideias, na tentativa de procurar soluções e reivindicarem igualdade, relativamente às candidaturas dos partidos”.
Para a Autarca “há lugar para todos numa democracia, e uma prova disso é que o número de grupos independentes está a aumentar: nas últimas eleições eram cerca de 88 e neste momento são 156 candidaturas em Portugal, o que mostra também que há uma aceitação por parte da população destas candidaturas. Isso acontece talvez também por perceberam que, muitas vezes, os partidos têm lógicas e percursos que não vão de encontro àquilo que as populações querem. Eu penso que em democracia todos têm lugar”.
Durante a manhã, a Sala do Capítulo no edifício da Câmara Municipal de Portalegre acolheu à porta fechada a Assembleia Geral da AMAI, presidida por José Garrucho, para aprovação dos instrumentos de gestão, designadamente Relatório de Contas e Actividades respeitante ao ano 2016. Na circunstância foram ainda abordados assuntos referentes à dinâmica interna da associação, designadamente a participação dos associados.
Neste encontro foi analisado ainda o facto de, nos Municípios, existirem cada vez mais pessoas a demonstrar interesse em candidaturas de independentes.
Em representação do Mov.CLIP esteve o Presidente da Associação, que justifica a importância deste evento como “um ponto de viragem em que os movimentos vão passar para o terreno”.
Para Nuno Lacão, “os movimentos independentes vão aumentar substancialmente, o que mostra a força que estão a ter. A sociedade civil deve questionar o que se passa com os partidos”.
O Presidente do Mov.Clip destaca ainda a importância deste evento decorrer na cidade de Portalegre, não só por ser uma cidade do interior, mas também por ser considerada “pela AMAI e pelos seus associados um exemplo de um resultado extremamente positivo que ocorreu nas últimas eleições autárquicas”.
“Estamos confiantes que vamos atingir novamente os objectivos independentemente de algumas situações internas que o CLIP teve e que estão resolvidas e sanadas”, refere ainda Nuno Lacão, para quem esta candidatura se revela muito importante a nível pessoal: “é a minha cidade e vejo e revejo, em todos os movimentos, aquilo que nos une a todos que é defender os interesses da população na melhoria da sua qualidade de vida, e ter esta gente toda numa cidade do interior, é sinal que estamos unidos em prol de uma causa”.
Os Grupos de Cidadãos Eleitores (GCE) que estão a preparar as candidaturas às eleições autárquicas, agendadas para dia 1 de Outubro deste ano, voltaram a encontrar-se à tarde para a Reunião Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes.
A concorrer à Câmara Municipal de Penafiel está Vitorino Silva, antigo candidato à Presidência da República. Tino de Rans, como é conhecido, garante que “se tivesse sido convidado pelo PSD ou pelo PS ou até mesmo pelos dois juntos e coligados, não era candidato”. O candidato independente refere que é “um homem livre”, e que “as terras precisam de homens livres e não partidos a governar. As pessoas é que conhecem as terras e os partidos não”.
Para esta eleição considera estar em “vantagem” por não estar “hipotecado a ninguém” e defende que o que falta na política é “liberdade”.
Tino de Rans assegura que pensa pela sua “própria cabeça” e garante que “os partidos têm muito medo dos grupos independentes porque são muito fortes, têm muita força popular e a força do voto avulso”.
O popular candidato remata dizendo que “passaram 40 anos sobre a primeira eleição em 1976, e ainda há muita gente com medo de ter uma porta aberta. Há muita gente que não é livre, e quem é que mete medo às pessoas que não são livres? Os partidos”.
Estiveram presentes em Portalegre cerca de vinte movimentos independentes do todo o país, exceptuando das ilhas por razões logísticas e de transporte.
A reunião contou com cerca de 110 participantes dos diferentes grupos de cidadãos eleitores do país, tendo estado representados cerca de 25 GCE (Grupos de Cidadãos Eleitores) de vários concelhos, que se encontram em plena actividade rumo às eleições autárquicas de 2017.
No período da tarde foram debatidos os procedimentos, constrangimentos e desafios que se colocam a estes grupos de cidadãos eleitores, face ao enquadramento legal que lhes permite ir a votos.
O Presidente da AMAI, Aurélio Ferreira, considera que “a nossa função é partilhar experiências em cada um dos movimentos para ajudar a elaborar as candidaturas”. Em declarações finais deu nota do seguinte: “Na reunião de hoje esclarecemos a questão dos mandatários, dos proponentes, informámos como deve ser feito o preenchimento dos formulários, como decorre a organização financeira. Centrámos os nossos esforços, num claro espírito de trabalho colectivo alargado, colaborando com todos os cidadãos, num propósito expresso de, em 2017, aumentarmos o número de órgãos presididos por independentes. Em 2013 fomos a 3ª força política nas Assembleias de Freguesias e queremos ser a 3ª força nas Câmaras Municipais”.
Aurélio Ferreira considera ainda que: “As pessoas não se revêem nos partidos, não se identificam com as pessoas ligadas a partidos políticos nem com a sua lógica de funcionamento, por isso, não vão votar e temos uma taxa de abstenção elevadíssima. Hoje os partidos estão descredibilizados, há cada vez menos pessoas que os integram. Por isso, vêem neste processo, uma alternativa. Optam por apostar em cidadãos independentes”.
As eleições autárquicas estão agendadas para dia 1 de Outubro.